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Projeto PI-SSA no Submédio São Francisco: resiliência socioambiental

Projeto PI-SSA no Submédio São Francisco

O Submédio Curso do Rio São Francisco é palco de desafios significativos no Brasil. A região, marcada por vulnerabilidades climáticas, econômicas e sociais, contou, entre 2016 e 2019, com um projeto inovador liderado pela Rede Clima: o Projeto PI-SSA no Submédio São Francisco. Essa iniciativa buscou fortalecer a resiliência das comunidades locais por meio de soluções integradas e adaptativas. Por isso, seu impacto tem sido amplamente discutido.

Projeto PI-SSA no Submédio São Francisco
Projeto PI-SSA no Submédio São Francisco

Contexto e Metodologia Nexus+

Com uma abordagem pioneira, o PI-SSA adotou a metodologia Nexus+, que vai além do modelo clássico de integração entre água, energia e alimento, incluindo também a dimensão da segurança socioambiental. Além disso, essa estratégia prioriza soluções “bottom-up”, que integram saberes locais e promovem a co-construção de políticas adaptativas. No Submédio São Francisco, uma região caracterizada por severa seca e baixos índices de desenvolvimento humano, essa abordagem tornou-se essencial para enfrentar os desafios da desertificação e da escassez de recursos.

Programa Integrativo e Impactos no Submédio Curso do Rio São Francisco

Entre os anos de 2016 e 2019, a Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) liderou a implementação do PI-SSA no Submédio São Francisco. O foco foi formular estratégias públicas capazes de aumentar a resiliência dos sistemas sociais e ambientais na região. Por exemplo, o Submédio São Francisco abrange 92 municípios com baixos índices de desenvolvimento humano (IDH). Além disso, a região é marcada por secas severas e degradação ambiental. Embora essencial para a geração de energia elétrica e agricultura irrigada, o local sofre com acesso desigual a recursos essenciais como água e energia. Isso evidencia o paradoxo socioeconômico enfrentado pelas comunidades locais.

Impactos dos Programas Sociais

Os resultados do projeto evidenciam o potencial das soluções integradas. Em primeiro lugar, o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais:

  • 90% dos beneficiários adotaram novas técnicas produtivas, melhorando suas atividades.
  • 70% relataram maior coesão social.
  • 100% afirmaram que o programa reduziu a necessidade de migração.

Ademais, o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC):

  • Beneficiou especialmente mulheres, ampliando a segurança hídrica e nutricional.
  • Promoveu autonomia econômica feminina.

Por fim, a Adaptação Baseada em Ecossistemas (EbA):

  • Iniciativas como a restauração de matas ciliares e o fortalecimento da pesca artesanal geraram renda e segurança alimentar.

Detalhes da Abordagem Nexus+

A metodologia Nexus+ apresenta inovações significativas ao ampliar o foco do modelo tradicional que integra água, energia e alimento. A introdução da dimensão de segurança socioambiental permite compreender as interrelações entre seguranças hídrica, alimentar e energética junto às demandas sociais e políticas. Por outro lado, no Submédio São Francisco, esse enfoque promove soluções co-criadas com a participação de comunidades tradicionais, acadêmicos e gestores. Por isso, incentiva a sustentabilidade e a inclusão.

Mudanças Climáticas e Políticas Públicas

Com previsões de aumento de temperaturas entre 1,5ºC e 3,5ºC até 2040 e redução de precipitação, as mudanças climáticas agravam a desigualdade e a insegurança no Submédio São Francisco. Entretanto, políticas sociais e tecnológicas mostram que é possível transformar desafios em oportunidades. Por exemplo, programas de transferência de renda e capacitação estão mudando vidas, reduzindo migrações forçadas e incentivando soluções sustentáveis.

O PI-SSA no Submédio São Francisco é um exemplo claro de como a integração entre saberes locais, ciência e políticas públicas pode mitigar os impactos das mudanças climáticas e promover a resiliência socioambiental. A metodologia Nexus+ e os programas sociais implementados mostram que soluções colaborativas são cruciais para garantir um futuro mais sustentável.

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