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Estrutura produtiva e degradação ambiental: reflexões sobre o Brasil

estrutura produtiva e degradação ambiental no Brasil

A relação entre estrutura produtiva e degradação ambiental no Brasil desperta grande interesse entre pesquisadores, especialmente no contexto da transição para uma economia sustentável. O artigo “Estrutura de Produção e Degradação Ambiental: Aspectos Teóricos e Questões Concernentes ao Brasil”, publicado em 2025 por Joelson Oliveira Santos e Henrique Morrone, na Revista Observatório de la Economía Latinoamericana, aprofunda essa discussão. O estudo analisa os impactos da industrialização e do modelo de desenvolvimento econômico sobre o meio ambiente no país.

Os autores destacam que, apesar de sua matriz energética diversificada, o Brasil enfrenta altos índices de desmatamento e mudanças no uso da terra.

“As emissões setoriais brasileiras se distanciam das médias globais porque a principal fonte de emissão do país está ligada à destruição de florestas e não à queima de combustíveis fósseis”, afirmam Santos e Morrone.

Isso reforça a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para conter o desmatamento ilegal, principalmente na Amazônia e no Cerrado. Além disso, a degradação ambiental compromete a vegetação, a biodiversidade e os recursos hídricos, afetando diretamente a qualidade de vida das populações locais.

Impactos da Industrialização e Desafios Ambientais

A industrialização tem sido historicamente vista como essencial para o crescimento econômico. No entanto, esse avanço frequentemente ocorreu à custa da degradação ambiental. Os autores explicam que

“a industrialização brasileira foi marcada por um descaso com a questão ambiental, o que resultou em uma alta participação de setores poluentes na economia”.

Esse modelo produtivo elevou as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e acelerou a degradação dos recursos naturais. Além disso, o rápido crescimento econômico, somado à falta de fiscalização, intensificou a poluição dos rios, a erosão do solo e a urbanização desordenada, prejudicando diversos biomas.

Santos e Morrone ressaltam que o setor agropecuário é um dos principais responsáveis pelo aumento das emissões no Brasil.

“A expansão da fronteira agrícola tem sido um dos principais vetores do desmatamento, especialmente na Amazônia”, apontam.

O avanço da monocultura de soja e da pecuária intensiva agrava esse cenário, acelerando a destruição florestal e gerando impactos ambientais irreversíveis. A conversão de áreas naturais em pastagens ou cultivos compromete ecossistemas, gera conflitos sociais e afeta modos de vida tradicionais.

Políticas Ambientais e Caminhos para a Sustentabilidade

Diante desse panorama, os pesquisadores reforçam a necessidade de alinhar os objetivos nacionais às metas da Agenda 2030 da ONU.

“A crise climática exige respostas rápidas e efetivas, e o Brasil precisa modernizar sua estrutura produtiva sem comprometer seus recursos naturais”, defendem.

Investir em inovação tecnológica e em uma economia verde se apresenta como estratégia essencial para reduzir os impactos ambientais das atividades econômicas. O modelo de economia circular, que promove o uso eficiente dos recursos e reduz o desperdício, é uma alternativa viável para minimizar esses danos.

Outro aspecto relevante abordado no estudo é a crescente pressão internacional por compromissos ambientais mais rigorosos.

“As políticas ambientais precisam ser fortalecidas, pois, sem ações concretas, o país corre o risco de perder competitividade no cenário global”, alertam Santos e Morrone.

O incentivo a práticas agrícolas sustentáveis, a regulamentação do uso da terra e os investimentos em fontes renováveis de energia são algumas das estratégias sugeridas pelos autores para equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental. Além disso, reforçar a fiscalização ambiental e garantir transparência nos processos de licenciamento são medidas fundamentais para evitar retrocessos nas políticas de proteção.

Desafios e Perspectivas para um Desenvolvimento Sustentável

A relação entre estrutura produtiva e degradação ambiental no Brasil continua a ser um desafio. Como mostram Santos e Morrone, o país possui vantagens, como uma matriz energética diversificada, mas enfrenta obstáculos devido ao desmatamento e à ausência de políticas ambientais eficazes.

“A transição para um modelo produtivo mais sustentável depende de uma articulação entre políticas públicas, investimentos em tecnologia e uma mudança na mentalidade econômica”, concluem os autores.

Para garantir um futuro sustentável, o Brasil precisa encontrar soluções que conciliem crescimento econômico e preservação ambiental.

Diante desse cenário, torna-se evidente a necessidade de medidas mais firmes para conter a degradação ambiental. O futuro do país dependerá da capacidade de alinhar crescimento econômico com responsabilidade ecológica. A implementação de uma governança ambiental eficiente, com participação ativa da sociedade civil e do setor privado, será essencial para garantir um futuro mais sustentável e resiliente.

 

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