O ano de 2024 está a caminho de se consolidar como o mais quente já registrado, ultrapassando pela primeira vez a marca de 1,5ºC acima da média pré-industrial. Segundo o Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S), novembro de 2024 foi o segundo mais quente da história, superado apenas por novembro de 2023. Além disso, cientistas projetam que temperaturas extraordinariamente altas persistirão até os primeiros meses de 2025. Dessa forma, os dados reforçam a urgência de ações climáticas mais ambiciosas para conter os impactos deste 2024, o ano mais quente da história.
Impactos climáticos extremos em 2024
Os registros climáticos de 2024 destacam um padrão alarmante. Por exemplo, novembro de 2024 registrou 1,62ºC acima da média pré-industrial, sendo o 16º mês nos últimos 17 com temperaturas superiores a 1,5ºC. Ademais, o clima extremo marcou o ano, incluindo:
- Secas severas na Itália e na América do Sul;
- Enchentes fatais no Nepal, Sudão e partes da Europa;
- Ondas de calor devastadoras no México, Mali e Arábia Saudita;
- Ciclones destrutivos nos Estados Unidos e nas Filipinas.
Esses eventos, associados a níveis recordes de emissões de dióxido de carbono, sublinham a influência direta das mudanças climáticas causadas pelo homem. Assim, mesmo com promessas globais de neutralidade de carbono, espera-se que as emissões de CO2 atinjam um novo pico em 2024.
A crise nos polos: gelo em derretimento em 2024
Na Europa, chuvas abaixo da média afetaram regiões ocidentais e centrais, enquanto o Mediterrâneo espanhol enfrentou enchentes severas. Globalmente, a Antártica registrou sua menor extensão de gelo para novembro, 10% abaixo da média, e o Ártico teve sua terceira menor extensão já registrada. Portanto, esses fenômenos demonstram o impacto contínuo do aquecimento global nas regiões polares, comprometendo ecossistemas e comunidades. Este 2024, o ano mais quente da história, apresenta um alerta para os impactos globais do aquecimento.
Especialistas reforçam o alerta climático de 2024
Samantha Burgess, vice-diretora do C3S, enfatizou que, embora a marca de 1,5ºC não represente o rompimento definitivo do Acordo de Paris, ela sinaliza um alerta crítico. Além disso, Julien Nicolas, pesquisador do Copernicus, destacou que “ainda estamos em território quase recorde de temperaturas globais, e isso deve continuar nos próximos meses”. Friederike Otto, do Imperial College London, alertou que mesmo uma possível transição para condições de La Niña em 2025 não reverterá a tendência de longo prazo do aquecimento global. É evidente que 2024, o ano mais quente da história, intensificou os desafios climáticos.
A urgência de ações climáticas globais
O Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento a 1,5ºC acima da média pré-industrial, enfrenta um momento decisivo. Por outro lado, enquanto governos debatem sobre metas climáticas, os impactos reais das mudanças já afetam milhões ao redor do mundo. Portanto, ações concretas para reduzir as emissões e mitigar os efeitos do aquecimento são mais urgentes do que nunca. Afinal, 2024, o ano mais quente da história, deixou claro que o tempo está se esgotando.
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