O pedido público de desculpa do presidente da federação espanhola de futebol pelo beijo na jogadora Jenni Hermoso durante as comemorações da conquista da Espanha na Copa do Mundo de futebol feminino “não é suficiente”, disse o primeiro-ministro interino espanhol, Pedro Sánchez, nesta terça-feira (22).
O incidente, que aconteceu quando Luis Rubiales entregava as medalhas de ouro à seleção feminina após vitória de 1 a 0 sobre a Inglaterra na final de domingo (22), provocou indignação dentro e fora da Espanha, com muitos, incluindo ministros, exigindo a renúncia de Rubiales.
“Vimos seu pedido de desculpa e isso não é suficiente, ele precisa ser muito mais claro e convincente ao se desculpar”, declarou Sánchez em entrevista coletiva. “Ele precisa tomar mais medidas para esclarecer um comportamento que é inaceitável”, completou.
Sánchez afirmou que a federação não faz parte do governo espanhol, que não tem poder para nomear ou demitir o presidente da federação.
A primeira reação de Hermoso ao beijo, dado em seus lábios enquanto Rubiales segurava o rosto dela com as mãos nas comemorações pós-jogo, foi um comentário para suas companheiras de equipe no vestiário.
“Ei, eu não gostei”, disse ela em vídeo postado no Instagram e no YouTube por vários veículos da imprensa.
No entanto, ela posteriormente minimizou o incidente em um comunicado divulgado pela federação.
À medida que as críticas aumentaram, Rubiales divulgou um vídeo pedindo desculpa na noite de segunda-feira (21), após inicialmente chamar os críticos de “idiotas”.
“Certamente eu estava errado, tenho que admitir”, declarou Rubiales no vídeo enviado pela federação. “Foi sem má fé num momento de máxima efusividade”.
As questões de gênero se tornaram um tema quente na Espanha nos últimos anos. O governo de coalizão liderado pelos socialistas comandou uma série de reformas legais, incluindo salários iguais, aborto, trabalho sexual e direitos de transgêneros.
No entanto, uma brecha em uma lei de consentimento sexual permitiu que alguns estupradores fossem libertados da prisão mais cedo, resultando em uma perda de votos do partido de extrema-esquerda Podemos – no comando do Ministério da Igualdade que elaborou a lei – nas eleições locais em maio.
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