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Pessoas retidas em hospital de Gaza planejam enterrar corpos

Pessoas retidas em hospital de Gaza planejam enterrar corpos

Pessoas retidas no Hospital Al Shifa de Gaza planejam começar a enterrar corpos dentro do complexo hospitalar, nesta terça-feira (14), sem aprovação israelense, porque a situação se tornou insustentável, informaram representantes do hospital.

O cirurgião Ahmed Al Mokhallalati e o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al-Qidra, disseram em entrevistas por telefone que mais de 100 corpos se acumulam lá, criando uma crise sanitária aguda.

“Estamos planejando enterrá-los hoje em uma vala comum dentro do complexo médico Al Shifa. Vai ser muito perigoso, pois não temos nenhuma cobertura ou proteção do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, mas não temos outra opção, os corpos começaram a se decompor”, disse Qidra. “Os homens estão cavando neste exato momento em que falamos.”

Qidra calculou o número de corpos que se acumularam no Al Shifa em cerca de 100. Mokhallalati disse que eram cerca de 120.

O hospital, sitiado pelas forças israelenses e próximo ao local onde ocorrem intensos combates entre elas e o Hamas, deixou de funcionar, com eletricidade, água e outros itens básicos insuficientes.

Mokhallalati disse que os corpos estavam gerando mau cheiro insuportável e representando risco de infecção.

“Hoje tivemos um pouco de chuva. Foi realmente horrível, ninguém podia sequer abrir uma janela”, afirmou.

“Infelizmente, não há aprovação dos israelenses nem mesmo para enterrar os corpos dentro da área do hospital”.

“Hoje, os civis começaram a cavar dentro da área hospitalar para tentar enterrar os corpos sob sua própria responsabilidade, sem nenhuma providência do lado israelense.”

“Enterrar 120 corpos requer muito equipamento, não pode ser feito à mão e por uma única pessoa. Levará horas e horas para conseguir enterrar todos esses corpos”, acrescentou.

Israel diz que o Hospital Al Shifa fica acima de túneis que abrigam um quartel-general para os combatentes do Hamas, que considera culpados pela situação difícil e por usarem pacientes como escudos humanos. O Hamas nega a acusação.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

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