O balanço preliminar do terremoto que atingiu Marrocos na noite de sexta-feira (8) subiu para 2.012 mortos e 2.059 feridos, dos quais 1.404 se encontram em estado grave, anunciou neste domingo (10) o Ministério do Interior do país. Os números deverão aumentar enquanto as missões de busca e resgate continuam.
A província de Al-Haouz, onde se localizou o epicentro do sismo, é a que regista mais vítimas, com 1.293 mortos, seguida pela província de Taroudant, com 452. Nestas duas áreas, localizadas a sudoeste da cidade de Marraquexe, aldeias inteiras foram devastadas pelo sismo.
“Perdi tudo”, lamentou Lahcen, morador da aldeia de Moulay Brahim, no Alto Atlas, em declarações à Agência France Press. A mulher e quatro filhos do homem morreram durante o desastre. “Não posso fazer nada agora, só quero fugir do mundo, chorar”, declarou. A Organização Mundial da Saúde avançou que mais de 300 mil pessoas foram afetadas pelo desastre.
Em Moulay Brahim, vila a cerca de 40 quilômetros de Marraquexe, grandes pedaços de um penhasco quebraram durante o sismo e caíram na estrada, bloqueando parcialmente o caminho que liga a cidade às montanhas do Alto Atlas.
“Ainda há muitas pessoas debaixo dos escombros. Há quem ainda procure os familiares”, disse à agência Reuters, Adeeni Mustafa, residente da área de Asni. “Há muitas estradas que estão fechadas”.
“As próximas 24 a 48 horas serão críticas a nível do salvamento de vidas”, declarou Caroline Holt, diretora de operações da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, em comunicado.
O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) registou a magnitude do sismo em 6,8.
O reino de Marrocos decretou três dias de luto nacional.
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