Pelo menos 78 imigrantes morreram afogados nesta quarta-feira (14) e teme-se que muitos estejam desaparecidos, depois que o barco sobrecarregado em que estavam virou e afundou na costa da Grécia, em um dos naufrágios mais letais da Europa neste ano.
Até o meio-dia, 104 pessoas haviam sido resgatadas, disseram autoridades, mas ainda não era claro quantas estavam a bordo quando a embarcação – cujos ocupantes a Guarda Costeira disse terem recusado oferta de ajuda na noite dessa terça-feira – afundou.
Enquanto uma meticulosa busca por sobreviventes continuava, uma instituição de caridade europeia de apoio ao resgate disse acreditar que cerca de 750 pessoas estavam a bordo do navio, de 20 a 30 metros de comprimento.
A Organização Internacional para Migração da ONU disse em um tuíte que os relatórios iniciais sugeriam que até 400 pessoas estavam no barco.
Autoridades gregas afirmaram que é muito cedo para especular sobre o número.
“Tememos que o número de mortos aumente”, disse uma autoridade do Ministério de Navegação.
A Grécia é uma das principais rotas de entrada na União Europeia para refugiados e imigrantes do Oriente Médio, da Ásia e África. A maioria cruza para as ilhas gregas a partir da vizinha Turquia, mas um número crescente de barcos também realiza uma jornada mais longa e perigosa da Turquia para a Itália pela Grécia.
A emissora estatal ERT informou que o barco que afundou partiu da cidade líbia de Tobruk, que fica ao sul da ilha grega de Creta, e estava indo para a Itália.
O desastre é o maior da Grécia neste ano e um dos piores da Europa. Em fevereiro, 96 pessoas morreram quando seu barco de madeira se chocou contra rochas na costa da Calábria, na Itália, durante tempestade.
Filippo Grandi, alto comissário da ONU para refugiados, pediu aos governos que trabalhem juntos na criação de caminhos seguros para pessoas que fogem da pobreza e da guerra.
“Apenas tristeza e raiva depois de outra tragédia mortal no Mar Mediterrâneo”, escreveu ele no Twitter.
*É proibida a reprodução deste conteúdo.