As Forças de Defesa de Israel confirmaram nesta segunda-feira (16) que 199 pessoas ainda são mantidas reféns do movimento Hamas, após o ataque de 7 de outubro.
“Informamos às famílias sobre os 199 reféns”, afirmou um porta-voz militar em entrevista hoje.
“Os esforços relativos aos reféns são uma prioridade nacional”, acrescentou o porta-voz, acrescentando que o “Exército de Israel trabalha dia e noite para libertá-los”. Mais de 1.400 pessoas morreram em Israel no ataque do Hamas, segundo os últimos números fornecidos pelas autoridades israelenses. Mais de 2.750 foram mortas nos ataques de retaliação de Israel na Faixa de Gaza, um microterritório governado pelo movimento islâmico palestino e sitiado por Israel.
Entre os 199 reféns encontra-se um jornalista israelense de 83 anos, que foi levado da sua casa no kibbutz de Nir Oz juntamente com outro profissional de comunicação social, de 85 anos. Os dois jornalistas escreveram, durante décadas, no jornal de esquerda Al Hamishmar, em prol da paz e do reconhecimento do povo palestiniano, diz o jornal britânico The Guardian.
O profissional de 83 anos foi, em 1972, um dos líderes na defesa dos beduínos (grupo árabe de habitantes do deserto) residentes na bacia de Rafah, que foram expulsos na ocupação do Sinai. Esteve também entre os primeiros jornalistas que chegaram a Sabra e Shatila, no Líbano, e relatou o massacre que ocorreu nos campos de refugiados palestinos em Beirute, em setembro de 1982. Nos últimos anos, foi voluntário de um grupo que transporta doentes palestinos para receberem tratamentos em vários hospitais de Israel.
Outros reféns teriam sido levados de suas casas nas comunidades fronteiriças israelenses que foram invadidas por militares do Hamas, ou provavelmente raptados em área perto da fronteira.
Entre os prisioneiros, vivos e mortos, contam-se soldados israelenses, mulheres, crianças, idosos, trabalhadores estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade de pelo menos 15 países, incluindo 13 franceses, oito alemães, cinco norte-americanos, dois mexicanos e vários israelenses.
Após os ataques, familiares dos desaparecidos fizeram vários apelos em busca de informações sobre o paradeiro deles.
Durante visita a Israel, há dois dias, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou preocupação com os reféns que são cidadãos da União Europeia ou com dupla nacionalidade, bem como com os cerca de mil cidadãos da UE presos em Gaza, alguns deles a trabalhar em organizações não governamentais e órgãos de governo.
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