Gurgel Itaipu foi o primeiro carro elétrico brasileiro.
Gurgel Motores S/A foi uma fabricante de automóveis brasileira, desenvolvidos pelo engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel. Com a proposta de produzir veículos 100% nacionais, o empresário montou em 1969, na Avenida do Cursino, em São Paulo a fábrica de carros que levava o seu nome (mudou sua sede para Rio Claro, em 1975). A montadora produziu aproximadamente 30 mil veículos genuinamente brasileiros durante seus 27 anos de existência.
Um destes carros foi o inovador Gurgel Itaipu, primeiro automóvel com motor elétrico da América Latina, apresentado no Salão do Automóvel de 1974, com o lançamento um ano depois. O simbólico nome era uma homenagem para a Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, que ainda estava em construção na época. Foram produzidas apenas 27 unidades feitas que se tornaram item de colecionador.
A autonomia, um dos problemas atuais nos carros elétricos e muito mais na época, do Itaipu E150 total era de 50 km e o tempo de recarga do carro era de dez horas. O elétrico da Gurgel tinha capacidade para apenas dois lugares. Seu peso era de 460 kg, sendo 320 kg apenas das baterias de 3,2 kW que entregavam o equivalente a 4,2 cv.
Seu preço, ajustado para os valores atuais, seria o equivalente a R$ 60 mil. No total, foram produzidas apenas 27 unidades feitas que se tornaram item de colecionador.
Já em 1980, a Gurgel ainda apostou no Itaipu E400, um furgão também elétrico que fez parte da frota de empresas brasileiras de eletricidade, como Telebrás e Telesp, mas sua vida também foi curta.
Tinha o equivalente a 11 cv, 80 km de autonomia e as baterias levavam as mesmas dez horas para serem recarregadas. O carro tinha um modelo bem estiloso para a época em seu formato mais arredondado na frente e quadrado na traseira. Sua produção durou até 1982 e teve cerca de mil unidades produzidas.
A Gurgel ainda investiu no desenvolvimento de baterias, mais leves, com mais autonomia e com um tempo de recarga menor. Porém, infelizmente não teve apoio do Governo Federal para desenvolver a tecnologia e a Gurgel acabou desistindo dos automóveis elétricos.
Com a reabertura das importações em 1990, a concorrência aumentou e a Gurgel ainda tentou sobreviver. Em 1993 pediu um empréstimo de 20 milhões de dólares ao Governo Federal, mas declarou falência em 1994 e encerrou as atividades em 1996.
Em seus 27 anos de existência, cerca de 4 mil carros foram exportados para mais de 40 países e fizeram a empresa se tornar multinacional. Mesmo assim, João Gurgel dizia que a marca não era multinacional, e sim “muito nacional”, pois o capital e a montadora era 100% brasileiro.
João Augusto Conrado do Amaral Gurgel faleceu em 2009, aos 82 anos. Para muitos amantes de carros é reconhecido como um visionário e talvez seja o maior empresário do ramo automobilístico brasileiro.
Fonte: Auto Esporte
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