A empresa Locar, responsável pela coleta de lixo em Cuiabá, enfrenta graves acusações relacionadas à má gestão de resíduos urbanos. Denúncias recentes indicam possíveis crimes ambientais que podem comprometer o meio ambiente e a saúde pública. Dessa forma, autoridades locais e a gestão municipal intensificam as investigações para apurar as práticas irregulares e responsabilizar os envolvidos.
1. Descarte irregular de resíduos
Relatos apontam que a Locar realiza descarte inadequado de resíduos coletados na cidade. Segundo moradores, o lixo estaria sendo depositado em locais não licenciados, sem o devido tratamento. Além disso, essa prática viola o artigo 54 da Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), que proíbe a poluição ambiental e o manejo irresponsável de resíduos.
2. Contaminação do solo e recursos hídricos
Além de ilegal, o descarte irregular causa riscos graves de contaminação do solo e das águas subterrâneas. A mistura de resíduos orgânicos e químicos libera substâncias tóxicas que afetam ecossistemas e comprometem a qualidade da água para consumo humano. Por essa razão, a Locar contraria os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10).
3. Descumprimento de contratos e licenças ambientais
A empresa também enfrenta acusações de não cumprir os termos estabelecidos nos contratos com a prefeitura e nas normas de licenciamento ambiental. Essas irregularidades não apenas acarretam sanções administrativas, como também podem culminar na rescisão contratual. Ademais, comprometem a credibilidade da Locar junto à população.
4. Impactos na crise de resíduos sólidos
A ineficiência no serviço de coleta agrava diretamente a crise de resíduos sólidos em Cuiabá. Como resultado, o acúmulo de lixo em vias públicas e áreas comerciais, como o Mercado do Porto, evidencia falhas na execução dos serviços. Isso coloca em risco a saúde da população e o equilíbrio ambiental.
Medidas em curso
O prefeito Abílio Brunini demonstrou insatisfação com o desempenho da Locar. Ele reforçou que medidas extremas, como a suspensão do contrato, serão tomadas caso os problemas não sejam solucionados. Por isso, a fiscalização será intensificada, e a empresa deverá apresentar respostas concretas às demandas do poder público.
Enquanto as investigações continuam, a prefeitura monitora as ações emergenciais para minimizar os impactos à população. Além disso, denúncias feitas por cidadãos desempenham um papel essencial para identificar e punir eventuais crimes ambientais cometidos pela empresa.
Reunião com representantes da Locar
Durante uma reunião, o prefeito apresentou sua insatisfação com o descarte ilegal e a falta de coleta do lixo. Assim, ficou acordado que a coleta será retomada no máximo até amanhã.
O outro lado
A redação tentou entrar em contato com a empresa pelo telefone, mas ninguém atendeu. Além disso, enviamos um e-mail pedindo nota sobre o assunto, mas até o fechamento da reportagem não houve resposta. Dessa forma, as notas enviadas serão incluídas aqui.
A empresa Locar informou que:
Conforme determinado pelo prefeito Abílio Brunini, o lixo despejado nos fundos do Mercado Municipal foi removido pela Locar Saneamento Ambiental, utilizando caçambas e pá carregadeira, uma vez que o local não permite a entrada de caminhões de coletas de lixo.
A empresa, em 18 de dezembro, já havia notificado a prefeitura sobre o descarte irregular de lixo no local, além de entulho de obra, mas nenhuma providência havia sido tomada.
Leia o oficio: