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Crianças palestinas no sul de Gaza recebem vacina contra pólio

Crianças palestinas no sul de Gaza recebem vacina contra pólio

Muitos palestinos se reuniram em centros médicos no sul da conflituosa Faixa de Gaza, nesta quinta-feira (5), para que seus filhos fossem vacinados contra a poliomielite, na segunda etapa de uma campanha que, até o momento, imunizou 187 mil jovens.

A agência de refugiados palestinos (UNRWA), da Organização das Nações Unidas (ONU), disse que a campanha, realizada depois que Hamas e Israel concordaram em fazer pausas limitadas em seus combates, tem sido bem-sucedida, mas complexa.

A guerra continua em outras partes do enclave, com as autoridades de saúde de Gaza relatando várias pessoas mortas em bombardeios aéreos israelenses, incluindo o ataque a um hospital no centro de Gaza.

Apesar do sucesso da campanha contra a pólio, os esforços diplomáticos para garantir um cessar-fogo permanente na guerra, a libertação dos reféns mantidos em Gaza e o retorno dos palestinos presos por Israel não vingaram.

Hoje, a vacinação começou em Rafah e Khan Younis, no sul de Gaza, áreas atingidas pela guerra e que abrigaram dezenas de milhares de pessoas que fugiram de outras regiões.

Uma palestina deslocada, Ikram Nasser, na fila com seu filho em um posto de vacinação, disse que a ameaça da pólio só aumentou o medo das pessoas.

“Vivemos com base no medo, dos bombardeios, do terror, da destruição, dos ferimentos. Somamos a isso o medo das doenças que se espalharam, como de pele, da falta de limpeza e da aglomeração”, afirmou.

Em comunicado, a UNRWA disse que a campanha de vacinação foi transferida para as áreas do sul, com equipes principalmente em Khan Younis.

“Neste momento crítico, as pausas nas áreas devem ser respeitadas para proteger as famílias e os trabalhadores humanitários”, declarou.

Os beneficiários incluem pessoas que foram forçadas pelos militares israelenses a deixar Rafah, perto da fronteira com o Egito, onde as forças israelenses estão operando desde maio para caçar combatentes do Hamas.

Também hoje, o Ministério da Saúde de Gaza disse que Israel se recusou a permitir que equipes médicas fossem às áreas a leste da estrada de Salahuddin para vacinar as crianças que vivem nas comunidades do leste das cidades do sul. As Forças Armadas israelenses informaram que estavam verificando o relato.

As autoridades de saúde pretendem vacinar 640 mil crianças de Gaza contra a poliomielite, na campanha que foi lançada após a descoberta do caso de um bebê de um ano de idade que ficou parcialmente paralisado.

Esse foi o primeiro caso conhecido da doença em Gaza – um dos locais mais densamente povoados do mundo – em 25 anos. A doença ressurgiu no momento em que o sistema de saúde de Gaza praticamente entrou em colapso e muitos hospitais foram desativados devido à guerra.

Imagens divulgadas pelo Ministério da Saúde do território mostraram grande quantidade de palestinos chegando às instalações médicas em Khan Younis para vacinar seus filhos.

“Minha mensagem para o mundo é que, assim como vocês nos forneceram a vacinação para que nossos filhos fiquem seguros, vocês devem nos fornecer um cessar-fogo e um fim para essa guerra, que é verdadeira catástrofe para nós”, disse Osama Brika, morador de Gaza, enquanto acompanhava seu sobrinho em uma unidade médica.

A UNRWA disse, nessa quarta-feira (4) que havia bom progresso na distribuição da vacina contra a pólio para as crianças, mas que era necessário um cessar-fogo permanente na guerra de 11 meses para aliviar o sofrimento humanitário.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

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