Com 282 medalhas, o Brasil terminou a Olimpíada do Desporto Escolar – Gymnasiade 2023, em primeiro lugar. A delegação brasileira conquistou 88 medalhas de ouro, 91 de prata e 103 de bronze. Em segundo lugar, ficou a China, com 97 medalhas, e, em terceiro, Taipei Chinesa, com 67. Mais de 1,4 mil atletas da categoria sub-15, representando 46 países, participaram do evento esportivo nos mesmos equipamentos dos Jogos de 2016, na cidade do Rio de Janeiro.
Para o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e vice-presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), Antônio Hora Filho, a vitória do Brasil consolida um trabalho que busca estimular o esporte nas escolas, gerando educação e agindo diretamente na formação do cidadão. “Graças ao governo federal, após dez anos, a maior competição escolar do mundo retornou ao nosso país, e o sentimento é de gratidão não só a nossa delegação pela campanha histórica no Rio de Janeiro, mas também a todas as federações escolares que fazem essa engrenagem vitoriosa acontecer”, disse em mensagem enviada à Agência Brasil.
O secretário de Estado de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Rafael Picciani, considerou o resultado do Brasil um grande feito não só para o país, mas também para o Rio de Janeiro, que sediou a competição. “Além de fomentar o desporto escolar, o evento fez uso do legado olímpico, permitiu reviver toda a emoção de receber atletas do mundo inteiro aqui e estimulou participação popular, com entrada franca todos os dias. Foi uma grande alegria ver o Brasil bater recorde em tamanho da delegação e fechar o quadro de medalhas em primeiro lugar.”
O Brasil também foi sede da Gymnasiade em 2013. Naquele ano, a competição ocorreu em Brasília, reunindo atletas da categoria sub-18.
As provas da Gymnasiade 2023 ocorreram em 18 modalidades: tiro com arco, atletismo, badminton, basquete 3×3, boxe, caratê, dança esportiva, esgrima, ginástica artística, ginástica rítmica, judô, orientação, natação paralímpica, natação, tênis de mesa, taekwondo, wrestling e xadrez.
Sebastião Dias de Oliveira, treinador de três integrantes da delegação de badminton (foto), ficou satisfeito com os resultados da modalidade. “Total de oito medalhas: três de prata, cinco de bronze”, comemorou o treinador, ao falar sobre o desempenho dos atletas brasileiros de badminton na Olimpíada do Desporto Escolar. Segundo ele, um dos destaques foi a equipe carioca. “Chegamos a três finais.”
Uma das medalhistas na modalidade é a jovem Yasmim Nascimento, de 14 anos, que conquistou duas pratas em dupla mista e um bronze no simples.
Brasil
A maior delegação foi a brasileira, que participou com 404 integrantes e 323 estudantes atletas, sendo 161 mulheres e 162 homens de todos os estados do país, o que, para o presidente da CBDE, é resultado das ações pró-equidade desenvolvidas pela entidade.
“Significa dizer que a política de equidade da CBDE vem fazendo efeitos benéficos para a nossa sociedade incluindo a mulher definitivamente no esporte”, ressaltou Antônio Hora Filho na coletiva para a apresentação do evento esportivo, no dia 18, no Centro Olímpico de Tênis, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.
Os locais de competição foram as arenas cariocas 1 e 2, no Centro Olímpico de Tênis e Vila Olímpica, instalados no Parque Olímpico da Barra da Tijuca; Arena da Juventude, no Complexo Esportivo de Deodoro; e Complexo Esportivo da Universidade da Força Aérea (Unifa), em Sulacap. Todos esses equipamentos estão na zona oeste da cidade.
Intercâmbio cultural
As equipes chegaram ao Rio nos dias 18 e 19, e o evento foi aberto no dia 20. As competições ocorreram nos dias 21, 22, 24 e 25, com encerramento no sábado (26). A programação dos jovens não ficou restrita a eventos esportivos. Na quarta-feira (23), as competições foram interrompidas e eles tiveram oportunidade de participar do Dia Cultural e da Noite das Nações. Os atletas também visitaram pontos turísticos e cartões-postais do Rio, como Corcovado, Pão de Açúcar e a Praia de Copacabana.
O evento teve também uma área de Fun Fest com programações diárias de entretenimentos. Na Noite das Nações, as delegações puderam expor objetos típicos das culturas de seus países para trocas entre os participantes. Cada país fez uma apresentação cultural e levou uma comida típica. A intenção foi fazer uma grande interação cultural. O retorno das delegações para os seus países foi nos dias 27 e 28.
Lutadora da equipe brasileira de taekwondo, Ana Clara Aguiar, de 14 anos, veio de Goiás e gostou da sua primeira competição internacional. A jovem destacou que conheceu pessoas e novos esportes e trocou experiências com outros atletas.
A ginasta carioca Isabel Aguiar Ramos, de 13 anos, que conquistou a medalha de ouro na ginástica artística, era uma dos 71 competidores do TimeRJ, entre eles, 16 beneficiados pelo programa Bolsa Atleta RJ. Isabel agradeceu o apoio que recebeu da torcida e disse que estava muito feliz por poder participar da Gymnasiade 2023. A medalhista olímpica Daniele Hypolito foi quem entregou o ouro para a jovem.
A Gymnasiade 2023 foi organizada pela Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF) em parceria com a Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e contou com o apoio do governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, do Sesc Rio, da Federação de Esportes Estudantis do Rio de Janeiro (FEERJ), da prefeitura do Rio e do Ministério do Esporte.
Edição: Juliana Andrade