Centenas de ativistas reuniram-se neste sábado (16) em Londres e outras cidades europeias para lembrar o aniversário da morte de Mahsa Amini, a jovem curda iraniana de 22 anos que morreu sob custódia policial no Irã no ano passado.
Gritando “Mulheres! Vida! Liberdade!”, a multidão segurava o retrato de Amini, manifestando-se em memória da jovem que morreu em 16 de setembro de 2022, depois de ter sido detida sob acusação de violar a lei iraniana em relação ao uso do véu obrigatório. Protestos semelhantes ocorreram em Roma e Berlim.
A morte de Amini gerou protestos mundiais e também em território iraniano, onde as as autoridades tentaram evitar que o aniversário reacendesse as manifestações feitas no país no ano passado.
No Irã, o presidente Ebrahim Raisi reuniu-se, nessa sexta-feira (15), com familiares de membros das forças de segurança que morreram nos protestos desencadeados pela morte de Amini, informou hoje a agência oficial Irna.
O encontro foi na cidade santa de Mashad e Raisi recebeu familiares de dois membros da milícia islâmica dos basiji, que morreram em novembro do ano passado nos protestos em várias cidades iranianas.
As autoridades condenaram Majid Reza Rahnavard à forca por essas mortes e, em dezembro, o jovem de 23 anos foi enforcado em público.
Pelo menos sete manifestantes foram executados por participar dos protestos.
O grupo de ativistas Hengaw Organization for Human Rights informou neste sábado que o pai de Amini foi detido à porta de casa, depois de a família ter dado a entender que pretendia se reunir na sua sepultura para uma cerimônia tradicional.
Amini morreu três dias depois de ter sido detida pela polícia da moralidade, sob a acusação de violar as leis que obrigam as mulheres a cobrir o cabelo em público. Embora as autoridades tenham afirmado que ela sofreu um ataque cardíaco, os apoiadores de Amini garantem que foi espancada pela polícia e morreu em consequência dos ferimentos.
As forças de segurança iranianas impuseram fortes restrições de acesso ao cemitério onde a jovem está enterrada e onde, um dia após a sua morte, começou a onda de protestos.
Nas últimas semanas, as autoridades iranianas intensificaram os avisos e as medidas repressivas, na tentativa de evitar que o primeiro aniversário da morte de Amini se convertesse em novas manifestações.
Apesar da visibilidade dos protestos e da atenção internacional, o movimento ainda não conseguiu ameaçar as bases do regime liderado pelo ayatollah Ali Khamenei.
Os Estados Unidos, em coordenação com o Reino Unido, o Canadá e a Austrália, anunciaram na quinta-feira (14) a imposição de sanções contra 25 cidadãos iranianos (membros das forças de segurança e dos guardas da revolução), três órgãos de informação (o canal Press TV e as agências Tasnim e Fars) e uma empresa “ligada à censura da internet” no país – todos relacionados com a repressão das manifestações.
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